Mais de 25 milhões de brasileiros já escolheram o cooperativismo como caminho para empreender, crescer e transformar realidades. O Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2025, divulgado pelo Sistema OCB nesta quinta-feira (31), mostra que o número de cooperados atingiu a marca histórica de 25,8 milhões em 2024, o que representa 12,14% da população do País. Trata-se de um crescimento de 66% nos últimos cinco anos, um reflexo direto da confiança da sociedade em um modelo de negócios que alia desenvolvimento econômico, inclusão social e sustentabilidade.
O Anuário revela uma expansão consistente em praticamente todos os indicadores do setor. As 4.384 cooperativas registradas no Brasil geraram 578 mil empregos diretos em 2024, com um crescimento de 5% em relação ao ano anterior — percentual que supera a taxa de crescimento da força de trabalho nacional, que foi de 1,4% no período, segundo dados do IBGE. Com presença em 3.586 municípios, as cooperativas seguem como protagonistas do desenvolvimento regional, oferecendo soluções concretas nas áreas de crédito, saúde, transporte, agricultura, consumo, infraestrutura, trabalho e serviços.
O desempenho econômico do cooperativismo também impressiona. Os ingressos do setor somaram R$ 757,9 bilhões no ano, um aumento de 9,5% em relação a 2023 — crescimento quase três vezes superior à alta do PIB nacional no mesmo intervalo. As cooperativas distribuíram R$ 51,4 bilhões em sobras, valor 32% maior que o registrado no ano anterior, e aplicaram R$ 41,5 bilhões no pagamento de salários e encargos, alta de 30,9%. Desde 2019, esses valores mais que dobraram, refletindo o crescimento da força de trabalho e o investimento contínuo na valorização das pessoas.
Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, os números reforçam a vocação do cooperativismo para gerar prosperidade compartilhada e oportunidades reais para milhões de brasileiros. “O AnuárioCoop mostra que o cooperativismo segue como uma das principais forças motrizes da economia brasileira. Estamos presentes em todos os Estados, promovendo desenvolvimento com justiça social e compromisso com as pessoas. Esses resultados são fruto de um modelo de negócios que une competitividade e sustentabilidade”, afirma.
A edição de 2025 do Anuário também revela avanços importantes na inclusão. As mulheres já representam 52% do quadro de empregados nas cooperativas, consolidando uma tendência positiva de maior equidade. Entre os cooperados, 42% são mulheres, número que vem crescendo gradualmente e reflete o protagonismo feminino nas decisões e nos resultados do setor.
No campo, as 1.172 cooperativas agropecuárias continuam sendo uma potência. Elas respondem por mais da metade da produção nacional de grãos e fibras e são responsáveis por cerca de 80% da carne suína produzida no Brasil. Em 2024, geraram R$ 438 bilhões em ingressos e R$ 30 bilhões em sobras. Segundo o presidente Márcio, “o cooperativismo agropecuário segue fazendo o que faz de melhor: cultivando desenvolvimento e colhendo prosperidade mesmo em momentos de incerteza. As cooperativas do ramo mais uma vez apresentaram suas virtudes, levando escala, infraestrutura e assistência técnica ao campo, com foco na perenidade dos negócios dos cooperados”.
Outros ramos também se destacaram em 2024. As cooperativas de crédito consolidaram-se como a maior rede física de atendimento financeiro do Brasil, com 10.220 pontos de atendimento e presença exclusiva em 469 municípios, promovendo a inclusão bancária e o acesso ao crédito em regiões muitas vezes esquecidas pelo sistema tradicional. No setor de saúde, 16 das 18 operadoras médico-hospitalares com nota máxima da ANS são cooperativas Unimed, reforçando a excelência do modelo cooperativista na saúde suplementar. Já no Ramo Infraestrutura, as cooperativas permanecem entre as 20 distribuidoras de energia elétrica mais bem avaliadas do País, de acordo com o índice de satisfação da Aneel.
Para o gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Guilherme Costa, ao reunir e organizar os principais dados do setor, o AnuárioCoop se firma como uma ferramenta estratégica de gestão, representação e comunicação. “Essa publicação é uma base sólida para decisões que fortalecem o cooperativismo como política pública e como escolha de vida para milhões de brasileiros. A informação é um dos nossos maiores ativos para crescer com propósito”, ressalta.
Fonte: Sistema OCB nacional