Confira abaixo artigo de Celso Figueira, presidente da Central Sicredi Brasil Central, publicado no jorna O Popular, terça-feira (2):

É salutar que olhemos para o futuro com uma perspectiva analítica, entendendo onde estamos e onde podemos chegar. O cooperativismo de crédito vive um momento decisivo, em que crescimento e responsabilidade caminham juntos.

A recente Resolução CMN n° 5.219/2025, publicada pelo Conselho Monetário Nacional, insere o sistema em um novo patamar regulatório ao reforçar a importância da gestão de riscos, da governança e da transparência como pilares da sustentabilidade cooperativa. A medida não apenas disciplina aspectos operacionais, como o financiamento de capital de giro de cooperativas agropecuárias, mas também sinaliza uma maturidade maior do setor, que passa a ser visto como protagonista do sistema financeiro nacional.

Essas exigências elevam o nível de profissionalismo esperado das cooperativas, ao mesmo tempo em que preservam sua essência: a gestão compartilhada e a responsabilidade coletiva sobre resultados. A norma convida cada cooperativa e cada associado a refletirem sobre seu papel na mitigação de riscos e na perenidade do modelo.

Afinal, mais do que cumprir uma resolução, trata-se de consolidar um modelo financeiro baseado na confiança, na solidez e na responsabilidade. Tais princípios há décadas orientam o cooperativismo de crédito na região central do país e continuam a inspirar milhares de pessoas que constroem, diariamente, essa história de desenvolvimento conjunto.

Neste contexto, o Sicredi se projeta firmemente para o futuro. Temos a consciência de que não podemos apertar sempre o mesmo botão esperando resultados diferentes, disso depende o que seremos daqui a cinco anos. O ritmo de crescimento do cooperativismo de crédito no Brasil e o momento extremamente positivo vivido pelas sete instituições que compõem a Central Sicredi Brasil Central permitem imaginar um futuro cada vez mais presente na vida das comunidades.

Segundo dados da publicação Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, do Banco Central, até dezembro de 2024 os ativos totais do SNCC cresceram 21,1%, alcançando R$885,3 bilhões, superando novamente o desempenho do restante do SFN, ou seja +13,1%. Estamos a caminho de alcançar uma maior participação no mercado financeiro nacional, patamar que já é realidade em países como Estados Unidos e nações europeias.

Esse avanço é benéfico para todos: para os associados, que encontram uma forma justa e eficiente de financiar seus projetos; e para o país, que ganha um modelo mais sustentável de desenvolvimento econômico. Podemos vislumbrar cooperativas de crédito cada vez mais modernas, oferecendo os mesmos serviços das instituições financeiras tradicionais, mas com uma diferença fundamental: o compromisso em manter o relacionamento direto, presencial, olho no olho com os associados.

Esse vínculo de confiança, aliado à eficiência operacional, gera melhores resultados e fortalece o sentido de pertencimento. Os próximos 30 anos certamente trarão novos desafios, que serão enfrentados com profissionalismo, planejamento e uma visão estratégica voltada para o futuro, um futuro que se constrói com pessoas, valores e propósito. Assim, acreditamos em uma sociedade mais justa e próspera.

Celso Figueira, presidente da Central Sicredi Brasil Central