Muito se ouve sobre a importância de conservarmos o planeta para que as futuras gerações possam viver com qualidade. Muitos são os exemplos de boas práticas para manter o mundo sustentável, mas nenhuma tem um potencial tão transformador como o cooperativismo. Para sermos, de fato, um ser cooperativista, temos que ser educados para isto. É hora de amadurecermos a unificação dos valores do cooperativismo com o processo de aprendizagem nas escolas. A educação tem o potencial de transformar as pessoas e as pessoas mudam o mundo, já dizia Paulo Freire. E essa citação representa a essência da educação cooperativista, que também está no foco da gestão das cooperativas.
No Brasil, os programas de educação continuada oferecidos aos membros de uma cooperativa incluem temas importantes para que os associados avancem na prática cooperativista. A regra básica é: educar para o cooperativismo. Mas as cooperativas, além de permitirem um processo contínuo de cooperação entre as pessoas, são um ambiente favorável para o desenvolvimento profissional com outra perspectiva: qualidade de vida para todos.
O objetivo é fomentar a autogestão. Nesse contexto, as individualidades são trabalhadas para contribuir com a evolução do próprio grupo. Não podemos esquecer que uma cooperativa serve para unir desenvolvimento econômico e desenvolvimento social, produtividade e sustentabilidade.
Quando pensamos em uma cooperativa de trabalho médico, como as mais de 400 singulares do Sistema Unimed no Brasil, por exemplo, não podemos ignorar o papel econômico e social, e como elas estão no centro da geração de valor para estas e as futuras gerações.
Este ano, a Unimed Goiânia deu um exemplo importante para o desenvolvimento da educação cooperativista. A cooperativa tem um Comitê de Educação Cooperativista que integra o Conselho Técnico, responsável por realizar uma pesquisa junto aos cooperados para definir os temas do seu programa de educação cooperativista para 2023 e o resultado foi surpreendente. Das dez macro áreas oferecidas para a indicação de temas para palestras e workshops do ano, as três mais votadas foram: Gestão e Empreendedorismo Médico, Tributação e Gestão Financeira em Saúde e Marketing Digital em Saúde.
Estamos falando do outro lado do balcão. Com médicos mais preparados para a gestão de seus consultórios, clínicas e hospitais, todos ganham. Nesse contexto, as individualidades são trabalhadas para que contribuam com a evolução do próprio grupo. E ganham os pacientes que receberão um atendimento humanizado, próprio de um profissional que faz parte de uma cooperativa de trabalho médico.
Maria Luiza Rebelo Pinheiro é conselheira de Administração da Unimed Goiânia e conselheira de Administração do SESCOOP/GO
Fonte: Artigo publicado originalmente em O Popular (23.03.2023)