Nesta sexta-feira (12), durante a Conferência de Transição Energética e Desenvolvimento, promovida pelo Sifaeg e Fieg, com apoio do Sebrae, as entidades que fazem parte do Fórum Empresarial do Estado de Goiás assinaram um convênio, assumindo o compromisso de usarem etanol em suas frotas de veículos leves. 

O presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, prestigiou o evento, na sede da Fieg, que marcou o início da Campanha de Valorização do Etanol em Goiás. “O cooperativismo apoia o que é bom para o setor produtivo e para a população. Quando se trata de meio ambiente, incentivar fontes renováveis de energia faz parte dos nossos princípios, está no nosso DNA”, justificou. Luís Alberto ainda complementou que o modelo de negócio cooperativista é moderno, competitivo e sustentável no agro e em outros ramos, atendendo ao princípio do interesse pela comunidade.

A ação será estendida a todos os associados, filiados e parceiros da FAEG, FCDL, ACIEG, FECOMÉRCIO, ADIAL, FACIEG, OCB e FIEG. Além disso, o Sebrae também se comprometerá a assinar o convênio. O evento contou com a presença de autoridades e líderes empresariais, sendo organizado pelo Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol de Goiás (SIFAEG), em colaboração com a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) e com o apoio do SEBRAE. A ocasião também marcou simbolicamente a abertura da safra de cana-de-açúcar em Goiás.

O setor celebrou também a assinatura do projeto que cria Política Estadual de Combustíveis de Goiás pelo governador Ronaldo Caiado, que visa valorizar a produção local de biocombustíveis, fortalecer a indústria estadual, agregar valor à produção agrícola e fomentar o crescimento econômico regional. A proposta ainda será apreciada pela 

Assembleia Legislativa

As fontes de energia desempenham um papel crucial na discussão das mudanças climáticas devido ao seu impacto nas emissões de carbono, que são a principal causa do problema. As emissões de carbono contribuem para o efeito estufa e desencadeiam uma série de efeitos prejudiciais no clima global. A transição energética busca reduzir drasticamente essas emissões, uma vez que a maior parte delas é gerada pelo uso de combustíveis fósseis.

Em busca da conscientização da população e das nações do planeta, várias ações foram desenvolvidas ao longo das últimas décadas. A jornada teve início há mais de três décadas, com marcos como a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992, seguida pelo Protocolo de Kyoto e, mais recentemente, pelo Acordo de Paris. Ao longo desse período, a sociedade testemunhou os prejuízos causados pelas mudanças climáticas, como eventos climáticos extremos, como chuvas e secas fora de época, e furacões devastadores, todos atribuídos à presença de carbono na atmosfera. E no ano que vem, em 2025, o Brasil vai ser sede do COP-30. 

“Nesse contexto, é importante compreender que o verdadeiro adversário das mudanças climáticas é o carbono, e não o motor a combustão. A discussão atual concentra-se em encontrar rotas eficientes para reduzir o consumo de carbono, reconhecendo as particularidades e desafios específicos da matriz energética e condições socioeconômicas de países como China, Estados Unidos, Brasil e os países europeus”, explica o presidente – executivo do Sifaeg e vice-presidente da Fieg, André Rocha. 

O presidente do Bioenergia Brasil e presidente da Associação da Indústria Sucroenergética de Minas Gerais (SIAMIG), Mário Campos, relembra que desde os anos 70, o Brasil tem liderado esse movimento, utilizando biocombustíveis em diversos setores de transporte, seja pesado ou leve. Essa participação nos coloca como protagonistas na transição energética global.

Goiás e o Brasil têm se destacado nesse contexto “com aproximadamente 90% de sua energia proveniente de fontes alternativas, o que contribui significativamente para a descarbonização e a redução das emissões de gases para a atmosfera”, pontua o presidente da Fieg, Sandro Mabel. Ele ainda complementa que, no entanto, é importante reconhecer que a transição energética não se resume apenas à adoção de veículos elétricos, pois a fabricação desses veículos também gera uma pegada de carbono considerável.  “Alternativas como álcool anidro e biocombustíveis oferecem uma transição para combustíveis mais limpos, com emissões de carbono muito baixas ou nulas. Essa abordagem híbrida, combinando biocombustíveis com eletricidade, tem sido reconhecida como uma das melhores estratégias para a transição energética”, elucida. 

Oportunidades

O vice-presidente Executivo de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen, Francis Vernon Queen Neto, afirma que o potencial das energias renováveis é inegável. “Estamos testemunhando um mundo que busca alternativas aos recursos fósseis existentes, e as energias renováveis se apresentam como uma solução sustentável para atender às diversas demandas por combustíveis, produtos químicos e sustentabilidade em geral. Este é um campo de oportunidades praticamente ilimitadas e de grande potencial que precisamos explorar como país, aproveitando nosso diferencial competitivo para atender efetivamente à crescente demanda global por esse tipo de solução”, explica um dos palestrantes da Conferência.

A indústria goiana

É importante destacar que Goiás também é um grande produtor de biodiesel, sendo o segundo maior produtor do Brasil. Segundo o presidente – executivo do Sifaeg e vice-presidente da Fieg, André Rocha, a indústria sucroenergética desempenha um papel crucial no desenvolvimento do interior do Estado, gerando empregos e renda, o que é de suma importância para a economia local.  Apenas em Goiás, são 37 usinas em operação, produzindo etanol, açúcar e bioeletricidade. Juntas elas empregam direta e indiretamente cerca de 300 mil pessoas.

Dados da Secretaria de Economia de Goiás atestam que as usinas contribuem com R$3,56 milhões diários de ICMS e, que diariamente a economia goiana é aquecida com mais de R$ 44,6 milhões de reais, (16 bilhões) somente com pagamentos de parceiros agrícola, e fornecedores, folha de pagamentos, encargos trabalhistas e impostos estaduais.

Além do biodiesel, o Estado tem explorado novas tecnologias para a produção de energia. Isso inclui o biogás, biometano e bioquerosene, este último pode ser utilizado na aviação. Estamos também avançando na produção de hidrogênio verde. “E A FIEG desempenha um papel fundamental nesse contexto, incentivando não apenas as indústrias de etanol e biodiesel, como o SIFAEG, mas também aquelas ligadas à alimentação, como processadores de soja e frigoríficos. A parceria com o SENAI traz expertise tecnológica para o setor, enquanto o SEBRAE apoia na qualificação de micro e pequenas empresas fornecedoras”, pontua André.

Nova política

Recentemente, o Congresso Nacional brasileiro aprovou projetos significativos, como o Programa de Apoio à Transição Energética (PATEN) e o Programa de Mobilidade Verde (MOVER), que buscam impulsionar a transição para fontes de energia mais limpas e renováveis. Além disso, está em processo de aprovação um projeto para regulamentar o mercado de carbono, complementando iniciativas anteriores, como o RenovaBio, que incentiva o uso de biocombustíveis.

O Brasil está se destacando como o primeiro país do mundo a considerar todo o ciclo de vida de carros, dispositivos e combustíveis, desde a sua produção até o descarte. É o conceito “do berço ao túmulo” presente no Programa de Combustível do Futuro, que já foi discutido na Câmara dos Deputados e agora está em pauta no Senado. Esse programa visa acompanhar todas as etapas, desde a fabricação dos automóveis até os componentes utilizados, levando em consideração o impacto ambiental, especialmente o consumo de carbono durante a fabricação desses veículos.

Mario Campo relembra que cada região do país apresenta suas próprias características e potencialidades, como a produção de energia eólica no Nordeste e no Sul, a geração fotovoltaica em diversas localidades e a produção de biomassa, que se destaca pela distribuição próxima aos centros de consumo. “É fundamental que o país não apenas siga modismos internacionais, mas desenvolva soluções adaptadas à sua realidade, considerando todo o ciclo produtivo, desde a extração das matérias-primas até o descarte dos produtos, em busca de uma economia mais sustentável e de baixo carbono. O Brasil, ao adotar uma abordagem ampla, do “berço ao túmulo”, está liderando esse caminho rumo a um futuro mais sustentável”, comenta.

Campanha de Valorização do Etanol

Uma das entidades que se comprometeu em utilizar etanol em suas frotas de veículos leves, como parte da iniciativa Movido pelo Agro – Etanol foi a Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial). O presidente-executivo, Edwal Portilho, pontuou que é crucial destacar a importância da entidade em apoiar eventos desse tipo que mostram o protagonismo de Goiás no setor de produção energética. “A Adial é composta por uma grande parte das indústrias associadas à produção de alimentos e biocombustíveis. A produção de biocombustíveis é vital em escala global para reduzir as emissões de carbono e aumentar a captura de carbono por meio do cultivo de cana-de-açúcar, gramíneas e oleaginosas”, pontua.

Luís Alberto, presidente do Sistema OCB/GO, com André Rocha, presidente executivo do Sifaeg. (Fotos: Sílvio Simões)

A conferência

Programada para ocorrer das 8h às 17h, na Casa da Indústria, na sede da FIEG, em Goiânia, a conferência marcará também o início da safra de cana-de-açúcar em Goiás. O evento conta com a presença de autoridades federais, estaduais e municipais, empresários, líderes dos setores que compõem a cadeia sucroenergética e representantes da liderança agroindustrial, entre outros participantes.

André Rocha, Presidente Executivo do SIFAEG, destaca que a Conferência abordará a transição energética, destacando não apenas o vasto potencial futuro, mas também a realidade da produção sustentável, especialmente de alimentos, biocombustíveis e energia no Brasil, com foco especial em Goiás.

Vantagens do etanol

O etanol possui inúmeras vantagens sobre os combustíveis fósseis. Emite menos gás carbônico, diminui a poluição, combatendo o aquecimento global, é renovável, protege os solos, gera empregos e investimentos, entre outros benefícios. Em todo o ciclo do combustível o etanol lança menos C02 à atmosfera, reduzindo em até 90% as emissões de gases de efeito estufa quando comparado à gasolina.

Outro dado importante, é que ao valorizar o uso do etanol há um estímulo ao crescimento do setor de bioenergia. Em Goiás, são 37 usinas em operação, produzindo etanol, açúcar e bioeletricidade. Juntas elas empregam direta e indiretamente cerca de 300 mil pessoas.

Importante destacar ainda que dados da Secretaria de Economia de Goiás atestam que as usinas contribuem com: 3,56 milhões diários de ICMS e que diariamente a economia goiana é aquecida com mais de R$ 44,6 milhões de reais, (16 bilhões) somente com pagamentos de parceiros agrícola, e fornecedores, folha de pagamentos, encargos trabalhistas e impostos estaduais. Tudo isso ajuda a aquecer a atividade econômica em todo Estado.

Fonte: Assessoria de imprensa do Sifaeg