Um único doador pode salvar ou melhorar a qualidade de vida de até 10 pessoas, doando órgãos como rins, fígado, pulmões, coração, além de tecidos como córneas e ossos. Apesar desse potencial, o Brasil enfrenta obstáculos significativos na captação de órgãos.

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), atualmente milhares de brasileiros aguardam por um transplante, e os desafios para aumentar o número de doadores continuam a crescer. Um deles é a necessidade de autorização familiar para a doação. Além disso, muitos órgãos deixam de ser utilizados devido à perda do tempo ideal para o diagnóstico de morte encefálica ou pela falta de uma abordagem familiar eficiente.

O médico urologista cooperado da Unimed Goiânia, Rodrigo Rosa de Lima, explica que campanhas públicas são essenciais, mas sozinhas não resolvem o problema. “Precisamos de processos mais ágeis e de um número, pelo menos, três vezes maior de doadores para atender à demanda crescente da lista de espera. No Brasil, mesmo que a pessoa tenha manifestado em vida o desejo de ser doador, a decisão final cabe exclusivamente à família. Por isso, converse francamente com seus familiares sobre o desejo de ser ou não um doador. É a melhor maneira de garantir que essa vontade seja respeitada”, informa.

Neste mês, a Campanha Setembro Verde foca na conscientização sobre a importância da doação de órgãos e incentiva o diálogo entre as famílias sobre o tema. De acordo com Dr. Rodrigo, ainda existe muito receio e desinformação sobre a doação. “Questões como o diagnóstico de morte encefálica e o respeito às crenças religiosas da família são fontes frequentes de preocupação”, explica.

Mitos e verdades sobre a doação de órgãos

Um dos mitos mais recorrentes é sobre a segurança e a ética do processo de doação. “As equipes que abordam as famílias para a doação são totalmente independentes das que realizam os transplantes. O diagnóstico de morte encefálica é realizado por dois médicos diferentes, seguindo protocolos rigorosos e bem estabelecidos”, esclarece Rodrigo.

Outro ponto que gera dúvidas é a interferência das crenças religiosas no processo de doação. “Respeitamos a orientação religiosa de cada família, e isso não impede ou atrapalha a doação de órgãos ou os ritos fúnebres”, complementa o urologista. Além disso, psicólogos especializados acompanham as famílias nesse momento de perda, ajudando-as a compreender o impacto positivo que a doação pode ocasionar. “A doação pode transformar a dor em esperança, trazendo nova vida para alguém que está aguardando por um órgão”, enfatiza.

Fonte: Kasane (Assessoria de imprensa da Unimed Goiânia)