A qualidade do ar tem ficado significativamente comprometida com o tempo seco, advindo da estiagem prolongada. Este ano há um agravante ainda maior, com a grande quantidade de queimadas registradas em todo o País, deixando o ar mais poluído.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 159.411 focos de incêndio de janeiro até a segunda semana de setembro, um aumento de 100% em relação ao mesmo período de 2023 e que deixou 60% do País sob fumaça há algumas semanas, acarretando uma onda de clima seco severo por todo o território brasileiro. Para se ter ideia, a cidade de São Paulo registrou no dia 10 de setembro a pior qualidade de ar do mundo pelo segundo dia consecutivo, segundo o site de monitoramento IQAir, ficando à frente de lugares como: Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e em Kinshasa, na República Democrática do Congo.
A médica cooperada da Unimed Goiânia, Letícia Ferreira Neves Arantes, sugere formas de minimizar os impactos prejudiciais do ar seco no organismo.
1- Hidratação
Beba bastante água para ajudar a manter o corpo, especialmente as mucosas, úmidas e reduzir o desconforto causado pelo ar seco. A ingestão regular de líquidos também auxilia na manutenção da saúde geral e na proteção contra a desidratação. Muitas pessoas se esquecem de beber água, o que pode ser perigoso, especialmente em climas secos como o que estamos passando, já que o ar seco aumenta a taxa de evaporação do líquido no corpo, levando a uma maior perda de fluidos. A hidratação ajuda a compensar essa perda e a manter as funções corporais adequadas.
2- Lavagem nasal
O ressecamento nasal causado pelo ar seco pode provocar desconfortos significativos, como ardência, irritação e até dificuldade para respirar. O soro fisiológico é recomendado para aliviar a secura nasal e limpar as vias nasais. Atualmente o mercado conta com produtos que podem ser utilizados em forma de spray ou solução para irrigação, ajudando a manter as mucosas úmidas e a reduzir a irritação. Há também a opção de se preparar o soro em casa, misturando uma pequena quantidade de sal não iodado em água morna previamente filtrada ou fervida. E para aquelas pessoas que conhecem a técnica correta, com o auxílio de um dispositivo como uma seringa sem agulha, um irrigador nasal ou uma garrafa própria para esse fim, a pessoa inclina a cabeça para frente e ligeiramente para o lado, sobre uma pia, mantendo a boca aberta para respirar e evitar que a solução vá para a garganta.
3- Nebulização
A nebulização pode ser benéfica principalmente para crianças e idosos com sintomas respiratórios, pois ajuda a umidificar as vias aéreas, alivia a irritação, melhorando a respiração. No entanto, deve ser feita com orientação médica para garantir que seja adequada e segura.
4- Umidificador e bacia de água
Um umidificador de ar pode ser uma ferramenta eficaz para melhorar a umidade e aliviar o desconforto causado pelo clima, já que ajuda a tornar o ambiente menos seco e melhora a qualidade do ar que respiramos em casa. No entanto, é importante usá-lo corretamente e mantê-lo sempre limpo para evitar o crescimento de fungos e outros microrganismos. A limpeza do aparelho deve ser feita diariamente e ele não deve ser usado de forma que acumule umidade nas roupas de cama, estofados ou paredes. No caso de não se ter o umidificador, pode-se utilizar métodos alternativos como colocar bacias de água ou toalha molhada no ambiente. Isso pode ajudar a evitar o ressecamento da mucosa respiratória e aliviar desconfortos em crises alérgicas já manifestadas.
5- Atividade física ao ar livre
Precisamos ter muito cuidado com a exposição ao ar livre nesse período, e evitar atividade física nos dias em que houver muita poluição suspensa no ar e nos horários de picos de queda da umidade relativa do ar. A exposição pode provocar acentuação do ressecamento das vias aéreas, desidratação e inalação de fumaça e fuligem, que em alguns casos, pode levar a crises respiratórias, especialmente em idosos, crianças ou pessoas com problemas respiratórios.
6- Prevenção
Devemos criar o hábito de nos preparamos com antecedência para enfrentarmos o inverno mais protegidos, lembrando de atualizar o esquema vacinal, com as vacinas de proteção do sistema respiratório disponíveis para cada faixa etária e/ou perfil pessoal. Justamente nesses meses ocorre significativo aumento da circulação viral, aumentando os casos de doenças respiratórias virais, que tem potencial para evoluir para pneumonia e que agravam os desconfortos provocados pelo clima desfavorável.
Fonte: Kasane (Assessoria de imprensa da Unimed Goiânia)