O mês de dezembro marca o início do verão, a estação em que há maior incidência de raios solares. Por isso, é a época da campanha de conscientização e combate ao câncer de pele, batizada de Dezembro Laranja. E a Unimed Federação Centro Brasileira não deixou esse momento passar em branco e realizou uma palestra para seus colaboradores sobre o assunto.

O convidado foi o médico cirurgião plástico Cristiano Barros de Sá, responsável técnico do Instituto do Câncer de Pele, que em breve será inaugurado em Goiânia. Ele iniciou a fala mostrando que essa doença é muito comum entre os brasileira e, com o diagnóstico precoce, tem boas chances de cura.

No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 30% dos tumores malignos diagnosticados, anualmente, são câncer de pele. Em 2020, nas taxas mundiais, foram identificados 1,5 milhão de casos. Para 2040, estima-se que esses números cheguem a 2,7 milhões.

Segundo o especialista, o câncer de pele afeta mais pessoas de pele branca e que tiveram uma grande exposição solar (sem proteção) durante toda a vida. As lesões costumam aparecer nos braços, pescoço e face, regiões atingidas pelo sol com maior frequência.

A chave contra o câncer de pele: prevenção

Não existe uma vacina ou medicamento contra o câncer de pele. Então, as ações educativas e preventivas são imprescindíveis, como o ensino do uso de protetor solar e de roupas que protegem a pele.

O médico mostrou que os raios UVB são os responsáveis pelas queimaduras de sol, levando à vermelhidão e descamação. Essa agressão à pele aumenta os riscos de câncer, principalmente o melanoma, que é a forma mais agressiva da doença.

Portanto, a recomendação mais importante é usar protetor solar, com FPS (Fator de Proteção Solar) maior do que 30. “Não adianta gastar dinheiro comprando um de 15”, ressaltou.

Cristiano também alertou sobre dois erros muito cometidos: não passar o protetor nas orelhas, que são áreas muito expostas ao sol, e não reaplicar o produto a cada duas horas, pelo menos. “Você não pode sentir o sol te machucando, se você sentir isso, tem que repor (o protetor)”.

Há ainda a prevenção secundária, que é o rastreio. Sobre esse aspecto, a boa notícia é que, quando diagnosticado precocemente, o câncer de pele tem altas chances de cura, podendo chegar até a 100%, de acordo com o cirurgião.

A descoberta da doença é feita por meio do relato do paciente e do exame físico, inclusive com o uso de um aparelho chamado “dermatoscópio”, que aumenta a visão das estruturas da pele. Existe ainda o procedimento de mapeamento, em que o médico registra todas as pintas do paciente e, de tempos em tempos, esse “mapa” é atualizados a fim de comparação se houve mudanças nessas estruturas.

Os tipos de câncer de pele

Outro momento importante da palestra foi a explicação dos tipos de câncer de pele. Veja quais são eles:

  • Carcinoma basocelular: mais comum e menos agressivo, com crescimento lento e dificilmente gera metástase. É caracterizado por pequenos caroços vermelhos ou perolados;
  • Carcinoma espinocelular: corresponde de 20% a 30% dos casos. Costuma aparecer em pessoas que tiveram queimaduras extensas e antigas, além de feridas crônicas. O crescimento é mais rápido e pode causar metástase. É uma ferida que sangra. “Ele vai comendo a pele”, simplificou Cristiano Barros.
  • Melanoma: representa apenas 3% dos casos, mas 14% deles levam ao óbito, em razão das metástases, que podem atingir órgãos importantes, como pulmões e cérebro. “Por ser mais agressivo, ele tem uma importância de diagnóstico maior para a gente”, comentou o médico.

Para o melanoma, existe a regra do “ABCDE”, que ajuda no diagnóstico:

A: pintas assimétricas;
B: com bordas irregulares;
C: cores diversas;
D: diâmetro maior do que 6 mm;
E: evolução, ou seja, crescimento.

“Caso você veja alguém com essas características na pele, seja ‘sem educação’ e aconselhe a pessoa a procurar um médico”, disse o especialista.

Os tratamentos

O tratamento mais comum para o câncer de pele é a cirurgia de retirada da lesão. Quimioterapia ou radioterapia são indicadas para pacientes que não possuem condições de saúde para serem submetidos à operação ou em casos de tumores muito grandes.

No entanto, o tempo até o diagnóstico é um fator importante para que a doença não mutile o paciente. É por isso que o diagnóstico precoce é tão falado.

“Além de tirar o tumor, é preciso retirar uma margem de segurança, a fim de evitar restos de células tumorais”, esclareceu o cirurgião plástico.

Assim, mesmo os tipos menos graves, o carcinoma basocelular e espinocelular, deixam sequelas estéticas, por isso, é importante buscar um médico apto a realizar a cirurgia.

“Não é só tirar e curar o tumor, eu tenho que deixar o mínimo de estigma e impedir que o paciente perca as funções”, mencionou ele, a respeito de lesões que afetam as pálpebras e nariz.

“Desconfiou? Vá ao dermatologista. Diagnosticou e ele não consegue tratar? Então, irá te encaminhar ao cirurgião”, resumiu o médico, que também respondeu a perguntas do público da palestra, que foi realizada no formato virtual e elogiada pelos participantes.

Fonte: Unimed Federação Centro Brasileira