
O workshop “Governança Corporativa: o caminho da sustentabilidade e da confiança nas cooperativas de saúde” reuniu diretores e gestores da Federação e de Unimeds federadas, no útimo dia 12 de dezembro. O encontro teve ainda uma roda de conversa para a troca de experiência entre representantes do Sistema Unimed.
“A governança é fundamental para garantir a sustentabilidade. Com a gestão, a operação funciona, mas a governança tem mecanismos, processos e controles que te garantem que você atinja os objetivos da cooperativa”, descreveu Clodoaldo do Carmo , administrador e especialista em diagnósticos e implementação do Modelo Excelência de Gestão (MEG).
São formas de mensurar se os processos de trabalho funcionam, incluindo maneiras de evitar eventuais riscos e perdas de eficiência e eficácia. “A governança garante que todo mundo está caminhando na mesma direção e, principalmente, cumprindo a legislação. Ela oferece subsídios para saber se você está no caminho certo”, acrescentou.
Na Unimed Uberlândia, os benefícios já são vistos, como relatou o vice-presidente do Conselho de Administração da entidade, Tiago Ferola. “O processo de governança em Uberlândia trouxe robustez para a empresa, agilidade nas decisões, melhoria dos resultados e transparência para os cooperados, com segurança sobre tudo o que está sendo feito e aprovado pela Assembleia, assim como estratégias definidas pelo Conselho de Administração”.
Na Unimed Goiânia, por exemplo, foi colocada em prática uma gestão de projetos, a fim de analisar quais ações ainda são válidas para a operadora e quais podem ser descartadas. O presidente do Conselho de Administração da entidade, Washington Rios, relatou que, com o suporte qualificado, é possível tomar decisões mais assertivas. “É assim que buscamos construir um legado de maior excelência”.
Já na Unimed Cerrado, a relação ética da cooperativa com seus públicos de interesse é um dos focos, segundo a presidente Shirley Gonçalves. “Buscamos o fortalecimento de uma gestão livre de conflitos de interesse. Nós nos pautamos em pareceres e decisões técnicas”, descreveu ela, acrescentando que, para 2026, está previsto um curso de formação para dirigentes e conselheiros.
Os desafios
A governança já é uma realidade no Sistema Unimed, como destacou Tiago. O diretor-superintendente da Federação, Martúlio Nunes Gomes, concorda com essa afirmação e contou como cada vez mais federadas buscam implementar processos alinhados.
No entanto, os desafios existem e um deles é a resistência à mudança que pode surgir. “É natural que as pessoas tenham um pouco de receio com algo novo. Elas estão muito atreladas a achar que governança é controle. Porém, pelo contrário, são práticas para facilitar o trabalho e dar garantia que está no caminho certo”, explicou Clodoaldo.
Falta de profissionalismo e a demora em promover respostas necessárias são alguns dos contratempos que uma operadora pode vivenciar quando não há governança, de acordo com Tiago. “Após a governança, conseguimos ter uma gestão mais fluida, com ações executadas com agilidade e boa performance”, acrescentou.
As ferramentas tecnológicas atuais tornam ainda mais propício implementar a governança, segundo Clodoaldo, pois ajudam na mensuração de informações e criação de relatórios, por exemplo. “É preciso ter mecanismos para fazer o diagnóstico, identificar os pontos de melhoria e tomar ações para melhorar sua saúde organizacional”, definiu.
Por isso, as operadoras precisam explicar de forma clara aos colaboradores o que é a governança e como ela pode ser colocada em prática, a fim de engajar as equipes e fazer com que elas se sintam parte desse movimento.
“Sem governança você está sujeito a ter problemas sérios na cooperativa, que podem gerar danos financeiros e de imagem. Não é porque uma pessoa quer (implementar os processos), mas porque é o melhor para a cooperativa. Quando tudo está organizado e transparente, você ganha maior reputação entre os cooperados e beneficiários”, resumiu Clodoaldo.