
O 1º Seminário CEPA – Certificação de Produtos Agropecuários do Entorno foi realizado em Brasília, no último dia 25 de abril, e contou com a presença do coordenador o coordenador do Núcleo Regional Cooperativo do Sistema OCB/GO, Pedro Caldas. O evento teve como foco as modalidades de certificação de produtos agrícolas, como o SIM e o SISBI-POA, e sua importância para formalizar e alavancar os negócios de pequenos produtores.
Na ocasião, os painéis técnicos foram apresentados por especialistas da Emater Goiás, Sebrae, Agrodefesa e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os participantes foram orientados sobre as certificações de produtos agrícolas, como o Selo de Inspeção Municipal (SIM) e o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA). Por meio deles, é possível ter a certeza da qualidade e segurança dos itens alimentícios, além de facilitar o acesso a mercados mais amplos.
Durante o Seminário, a secretária do Entorno, Caroline Fleury, defendeu que é preciso não só estimular a produção, como também orientar quanto à regularização, a fim de que seja possível escoar os produtos, vendê-los e colocá-los nas merendas escolares, no comércio local e nos programas de compras governamentais. “O pequeno produtor do Entorno é forte, tem qualidade e agora precisa ter acesso”, pontuou, citando o exemplo de uma produtora de Formosa que, com certificação, já comercializa 250 dúzias de ovos por semana, além de fornecer para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

O secretário de agricultura de Cidade Ocidental, João Aragão, destacou que o evento foi de muito proveito, principalmente para entender as diferenças entre as certificações e como isso poderá ser colocado em prática no município. “Já contamos com o SIM em Cidade Ocidental, mas estamos ‘engatinhando’ nesse processo. O pequeno produtor ainda é carente de assistência técnica, tem dificuldade de produzir e comercializar”, admitiu.
Ele contou que, no Seminário, houve uma rodada de perguntas e o principal questionamento foi quanto à dificuldade do Entorno escoar sua produção no Distrito Federal, por falta de um SIM que seja aceito em toda a região. “Para vender no DF, o produtor teria de ter o selo federal, o SISBI, que vale em todo o território nacional, mas o processo para obtê-lo é mais burocrático”, observou.
Dificuldades na comercialização

O proprietário da queijaria Lelos Laticínios, Marcos Aurélio Freire, conhecido como Lelinho, sabe bem o quanto é difícil comercializar em Brasília, por falta de um selo regional, tendo em vista que sua empresa é de Cidade Ocidental. “A indústria está dentro das normas e padrões exigidos pela Vigilância Sanitária municipal, que é a mesma exigência da estadual”, informou.
Ele diz que comercializa tanto no município quanto em cidades vizinhas, como Valparaíso, mas enfrenta dificuldades em relação a Brasília. “Quando o DF quer contar com o Entorno para somar número, eles acham bom. Aí o Entorno faz parte do DF. Mas quando o Entorno precisa do DF para comercializar, aí não pode, sendo que nosso queijo é inspecionado”, protesta. “Cerca de 30 produtores me fornecem leite e gero bastante emprego. Então, temos essas barreiras, e não dá para entender por quê”, conclui.
Fonte: Jornal Opção Entorno