Goiânia foi uma das anfitriãs da abertura da terceira edição do i9, a Semana de Inovação da Unimed, na manhã de segunda-feira (9/06). A Unimed Federação Centro Brasileira recepcionou os participantes no evento presencial, que ocorreu na sede do Sistema OCB/GO.

O primeiro dia do i9 focou na Internet das Coisas (IoT) e na Inteligência Artificial (IA), temas que são trabalhados entre as federadas e possuem força singular em Goiás. Promovida pela Unimed do Brasil, a Semana de Inovação se estende até sexta-feira (13/06), com eventos presenciais em diversas cidades do País e apresentações on-line.

O diretor de Integração Cooperativista e Desenvolvimento Institucional da Federação, Éder Cássio Rocha Ribeiro, lembrou que o Estado foi o primeiro a ter uma Lei Estadual (Lei Complementar nº 205/2025) para regulamentar o uso da IA, assim como ter um curso de bacharelado no assunto (na Universidade Federal de Goiás – UFG), além de ser o pioneiro a receber supercomputadores da Nvidia na América Latina (em operação também na UFG).

“O i9 é um reconhecimento dos investimentos em inovação e tecnologia que estão ocorrendo em Goiás, inclusive nas cooperativas. Nós, da Federação, também estamos investindo muito em inovação, participando de workshops, congressos, melhorando a performance interna e usando a tecnologia em favor da saúde”, afirmou Éder, acrescentando que o evento visa ainda conectar ideias e fortalecer o cooperativismo.

“Estamos lisonjeados por recebermos o evento, pois isso mostra a relevância da Federação no tema”, ressaltou a superintendente Fabiana Daniel. No entanto, os estudos não podem parar. Por isso, foram convidados pesquisadores e acadêmicos da UFG para ajudar os participantes a ampliar seus conhecimentos sobre IoT e IA.

Logo de início, Hugo Rodrigues Pessoni, do Centro de Competência EMBRAPII em Tecnologias Imersivas, defendeu que a tecnologia chega para somar, não para substituir. “A IA vem para acrescentar, com indicativos de diagnósticos. Porém, quem ‘bate o martelo’ é o médico. A tecnologia ajuda a evitar ‘gargalos’ e acelerar processos”, descreveu. Ele exemplificou com estudos que buscam utilizar a IA para a detecção de pólipos intestinais e também relacionar os níveis de estresse com a qualidade do ar.

Dimitri Muniz, gerente de Tecnologia da Informação da Federação, adiantou que a cooperativa está colocando em prática a tecnologia para promover uma curadoria de dados junto às federadas, a fim de levar informações de qualidade aos cooperados e, consequentemente, aprimorar a assistência aos beneficiários.

Afinal, trabalhar bem os dados é fundamental para evitar burocracias e gastos desnecessários de tempo, como acrescentou o professor do Instituto de Informática da UFG Iwens Gervasio Sene Junior. “Vemos casos em que o laboratório emite um laudo, o paciente leva ao médico e o especialista precisa novamente digitalizar o exame. Isso pode gerar erros, além de prejuízos na duração da consulta”, lembrou.

Na radiologia, por exemplo, a IA e a IoT são aliadas da produtividade, como mostrou Marlos Araújo Gonçalves, da empresa MS Tecnologia, de Goiânia. Ele apresentou como a Inteligência Artificial SwiftMR consegue diminuir o tempo de duração dos exames de ressonância, melhorando a experiência do paciente e a rotina das instituições de saúde.

A tecnologia de deep learning possibilita ainda personalizar os procedimentos de acordo com as necessidades do médico radiologista, como nos níveis de ruído e nitidez. “Não conseguimos imaginar um futuro (na radiologia) que não seja ligado à IA”. No entanto, ele ressaltou que é preciso adaptar a cultura das instituições para implementar a tecnologia com qualidade. “Não adianta apenas sonharmos. Precisamos colocar em prática”.

A mudança de cultura está sendo trabalhada na Unimed Catalão, como contou a coordenadora de TI e Cadastro da operadora, Indiara Barbosa Vale. “É sempre um divisor de águas (participar do i9), pois abre a nossa mente para novas ideias e para ações práticas na operadora. No momento, estamos com um banco de ideias implantado e isso fomenta o que é mais importante na inovação: a cultura”, afirmou.

Inovação na prática

No período vespertino, o público participou de um workshop para aprender em detalhes o que é IoT, computação de bordo e de nuvem. Os participantes – diretores e colaboradores da Federação e de Unimeds federadas – também conheceram cases regionais e nacionais, assim como ferramentas na prototipação.

Hugo Pessoni, pesquisador da UFG, comandou as atividades e também orientou cada grupo na dinâmica de buscar soluções internas para as necessidades das operadoras. Para ele, o importante é não ter receio de errar. “O medo surge quando envolvemos matemática e códigos, mas hoje temos tecnologias low-code e no-code, além de ferramentas de IA para a produção de códigos, que aceleram o trabalho. Por isso, não devemos ter medo da prototipação, mas sim saber que se trata de um processo contínuo de melhoria”.

Fonte: Assessoria de Comunicação